USO DE CONTRACEPTIVOS HORMONAIS E ALTERAÇÕES ENDÓCRINOMETABÓLICAS
Palavras-chave:
Contraceptivos hormonais orais, Alterações metabólicas, Vias metabólicasResumo
Introdução: Os contraceptivos hormonais orais (CHO), compostos de estrogênio e progesterona, são um dos métodos mais utilizados pelas mulheres no Brasil. No entanto, por sua carga hormonal, seu uso pode alterar a homeostasia do organismo. Objetivo: Conhecer as principais alterações endócrino-metabólicas pelo uso de CHO. Método: Estudo de revisão bibliográfica nas bases de dados BVS, PUBMED e Google Acadêmico de artigos publicados entre 2005 e 2020, excluindo-se os que abordaram métodos contraceptivos não hormonais. Utilizou-se como estratégia de busca o operador booleano "AND" e os termos de busca: "anticoncepcionais AND alterações hormonais" e "contraceptivos orais AND modificações endócrinas". Resultado: Encontrou-se 15.700 artigos nas bases de dados, destes, 11 foram selecionados. Discussão: As principais alterações endócrino-metabólicas devido ao uso dos CHO afetam principalmente as vias metabólicas de lipídeos, hemostasia e zinco. As variações na via lipídica são resultantes dos efeitos progestagênicos; o aumento da insulina sérica provoca diminuição da ação da lipase proteica, elevando os triglicerídeos plasmáticos e assim a VLDL e LDL circulantes. O estrogênio, sobretudo o etinilestradiol, é o grande responsável por alterações na via de hemostasia, predispondo um tromboembolismo venoso, aumento da pressão arterial, desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II e Acidente Vascular Cerebral. Com relação ao zinco, verifica-se redução de seu nível sérico, o que ocasiona menor aumento da massa óssea, sobretudo em adolescentes, e predispõe a um quadro de osteoporose. Outros efeitos também podem estar associados, como transtornos de ansiedade e depressão, e mudanças otoneurológicas, por prejuízo nos fluídos labirínticos, ocasionando zumbido e transtornos vestibulares. Conclusão: Deve-se ponderar qual anticoncepcional é o mais elegível para cada paciente, sobretudo em adolescentes devido ao prejuízo em seu desenvolvimento ósseo e realizar avaliações periódicas visando preservar a homeostase, principalmente do sistema cardiovascular.
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