PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA: UMA ANÁLISE DA SAÚDE MENTAL DOS PIAUIENSES

Autores

  • Amanda Barros de Sá
  • Bianca Lima Cortez Barros
  • Iracynetta Passos de Sousa Leal Unifacid. Teresina - PI
  • Letícia Ferreira Lessa Unifacid. Teresina - PI
  • Ludmila Carvalho de Araújo Campelo Unifacid. Teresina - PI
  • Maria Júlia Soares Martins Vieira Unifacid. Teresina - PI
  • Nagila Ferraz Lima Verde Unifacid. Teresina - PI
  • Vitória de Jesus da Silva Moraes Costa Unifacid. Teresina - PI
  • Suyane Victória Pereira Fonsêca Unifacid. Teresina - PI
  • Klégea Maria Câncio Ramos Cantinho Unifacid. Teresina - PI

Palavras-chave:

Violência, Saúde pública, Condições sociais, Subnotificação, Situação epidemiológica

Resumo

INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde define a violência como o uso intencional de força física, real ou em ameaça, contra si próprio, outro indivíduo, ou grupo, que pode resultar em lesão, dano psicológico e morte. É um problema de saúde pública que exige de profissionais da saúde uma postura ética e cuidadosa em relação à vítima e aos seus familiares. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de violência interpessoal/autoprovocada no estado do Piauí, no período de 2018 a 2023. MÉTODOS: Foi realizado um estudo longitudinal do tipo levantamento retrospectivo, de caráter descritivo, com abordagem quanti-qualitativa. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/SUS) - DATASUS no estado do Piauí no período de 2018 a 2023, totalizando 6 anos. Foram analisadas as seguintes variáveis: número total de casos, sexo, escolaridade, raça, ciclo de vida do autor e local de ocorrência. RESULTADOS: No período em estudo foram notificados 25.369 casos de violência interpessoal/autoprovocada. Sendo que 18.343 (72,3%) pertenciam ao sexo feminino e 7.021 (27,7%) ao sexo masculino. Quanto à escolaridade, 9.823 (38,7%) tiveram o dado ignorado no momento de preenchimento, sendo da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental que prevaleceu com 2.951 (11,6%). Dos casos, 16.341 (64,4%) pertenciam a raça parda, 4.816 (19,0%) também tiveram o dado ignorado no preenchimento da ficha de notificação, 2.223 (8,8%) pertenciam a raça branca, 1.774 (7,0%) pertenciam a raça preta e 56 (0,2%) pertenciam a raça indígena. Quanto ao ciclo de vida do autor, 6.244 (24,6%) tiveram o dado ignorado no preenchimento da ficha de notificação, 9.663 (38,0%) eram pessoas adultas, 4.303 (17,0%) eram jovens, 4.002 (15,8%) eram adolescentes, 641 (2,5%) eram pessoas idosas e 516 (2,0%) eram crianças. Dos casos, 17.090 (67,3%) tiveram a residência como local de ocorrência. CONCLUSÃO: O estudo demonstra que houve crescente aumento da violência interpessoal/autoprovocada no Estado do Piauí. Houve predomínio do sexo feminino, de adultos, da raça parda e de pessoas com escolaridade incompleta, já quanto ao local de ocorrência, ocorreu em maior número em residências. O estudo permitiu entender o padrão de violência e sua relação com as condições sociais no território ao longo do tempo. Assim, conhecendo a situação epidemiológica, é possível concentrar esforços direcionados à melhoria da saúde mental da população piauiense, soando alerta para as intervenções necessárias.

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Publicado

16-04-2025