CUIDADOS PALIATIVOS EM PERINATOLOGIA NA CONDIÇÃO DE MALFORMAÇÃO FETAL INVIÁVEL À VIDA

Autores

  • Daniel Noleto Santos Unifacid/Idomed
  • Eduardo Ruben Pereira de Carvalho Unifacid/Idomed
  • Francisco Frota Ramos Junior Unifacid/Idomed
  • Isabelle Lopes Amorim Franco Ferreira Unifacid/Idomed
  • José Edvar Coelho Frota Neto Unifacid/Idomed
  • Luciana Rocha Alves Unifacid/Idomed
  • Luna Araujo Santos de Almeida Unifacid/Idomed
  • Mariana Félix Nóbrega Alencar Unifacid/Idomed
  • Mariana Sales Leal dos Santos Andrade Unifacid/Idomed
  • Edmércia Holanda Moura Unifacid/Idomed

Palavras-chave:

Medicina fetal, Diagnóstico pré-natal, Apoio emocional

Resumo

INTRODUÇÃO: Os cuidados paliativos em perinatologia são essenciais no contexto de malformações fetais graves que tornam a vida extrauterina inviável. Essas condições, conhecidas como malformações fetais incompatíveis com a vida, englobam uma série de anomalias congênitas que resultam em prognósticos desfavoráveis, impossibilitando a sobrevivência do recém-nascido após o parto. Entre as condições mais comuns estão a anencefalia, a síndrome de Potter e outras malformações graves de órgãos vitais, como coração e rins. Esses cuidados são projetados para proporcionar a melhor qualidade de vida possível ao feto e para apoiar emocionalmente a família durante o processo de luto antecipado e após o nascimento. A abordagem multidisciplinar, envolvendo obstetras, neonatologistas, geneticistas e especialistas em cuidados paliativos, é fundamental para garantir que o tratamento seja apropriado e humanizado. OBJETIVO: Analisar a relevância dos cuidados paliativos na perinatologia, com foco em malformações fetais inviáveis à vida, discutindo também os aspectos éticos e legais que envolvem essa prática. METODOLOGIA: O estudo consistiu-se em uma revisão de literatura qualitativa, explorando artigos científicos, livros e diretrizes clínicas que abordam o tema dos cuidados paliativos perinatais. As bases de dados consultadas incluíram PubMed, SciELO, abrangendo publicações entre os anos de 2010 e 2023. RESULTADOS: Através da análise dos estudos revelaram que a prática dos cuidados paliativos perinatais contribui significativamente para a melhoria do bem-estar do feto e para o suporte emocional da família. A avaliação pré-natal, por meio de exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética, possibilita o diagnóstico precoce de malformações fetais graves. Esses exames são essenciais para que os pais possam receber aconselhamento adequado e planejar o manejo perinatal junto à equipe de cuidados paliativos. Além disso, a literatura destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar, que envolve obstetras, neonatologistas, geneticistas e psicólogos, para garantir que todas as necessidades físicas e emocionais da família sejam atendidas. O suporte emocional é parte crucial desses cuidados, uma vez que os pais precisam de acompanhamento contínuo, tanto antes quanto após o nascimento. No entanto, o manejo de malformações fetais inviáveis também levanta dilemas éticos, como a decisão sobre a interrupção da gestação e a abordagem do nascimento. Essas decisões exigem sensibilidade e respeito pelos valores e crenças dos pais, bem como um diálogo aberto com a equipe médica para garantir que as opções terapêuticas sejam compreendidas e respeitadas. A ética médica, aliada ao apoio legal, é fundamental para conduzir esses casos de forma adequada. CONCLUSÃO: Os cuidados paliativos em perinatologia são fundamentais para proporcionar conforto e dignidade a fetos com malformações inviáveis à vida e apoio emocional às famílias. A implementação de cuidados paliativos requer uma abordagem personalizada, respeitando as necessidades individuais e as considerações éticas de cada caso. Além disso, a colaboração entre diversas especialidades médicas é essencial para garantir um tratamento eficaz e humanizado. Apesar dos desafios, esses cuidados oferecem um caminho compassivo para lidar com a morte iminente, proporcionando alívio de sofrimento e apoio contínuo à família durante e após o processo de luto. No entanto, ainda se observa baixas taxas de encaminhamento de gestantes para esse cuidado, bem como precária troca de informação a respeito do diagnóstico entre pais e os médicos. Assim, esse trabalho aponta a necessidade de se inserir nos currículos acadêmicos conteúdos que contemplem a comunicação de más notícias, como também a assistência paliativa. As limitações encontradas nesta pesquisa incluem a falta de estudos longitudinalmente aprofundados em alguns contextos culturais específicos e a escassez de dados sobre a implementação dos cuidados paliativos em diferentes regiões. Futuras pesquisas podem explorar a adaptação dos protocolos de cuidados paliativos perinatais em diversos contextos e culturas, além de investigar a eficácia das abordagens de suporte emocional ao longo prazo. Finalmente, é necessário o desenvolvimento de mais pesquisas no âmbito nacional que abordem os cuidados paliativos fetais. Sendo assim é fundamental realizar o seguimento integral do feto diagnosticado com malformação, da gestante e de seus familiares, a utilização do modelo de cuidado paliativo na organização do atendimento possibilita planejamento conjunto da gestação, do parto e do pós-parto, adequando o seguimento aos valores e demandas de cada família e permitindo tomada compartilhada de decisões.

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Publicado

16-04-2025