CENÁRIO DAS HOSPITALIZAÇÕES POR ASMA NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Abstract

INTRODUÇÃO: A asma é uma doença crônica comum na infância, caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas. Seu diagnóstico é obtido através da história clínica e da limitação variável do fluxo aéreo na espirometria. Ela pode ser desencadeada ou agravada por diferentes fatores, conforme a faixa etária, como, por exemplo, alérgenos inaláveis, infecções e mudanças climáticas. Uma vez que se tratar de uma afecção de caráter heterogêneo, se tratamento deve ser individualizado, utilizando corticoides, β-agonistas e medidas não farmacológicas. OBJETIVOS: Observar e quantificar as internações hospitalares por asma na faixa etária pediátrica (0 a 14 anos) no Rio Grande do Sul (RS) e analisar o perfil dos internados. METODOLOGIA: Estudo ecológico realizado através dos dados da plataforma DATASUS a respeito da internação por asma (CID10– J45) na faixa etária pediátrica (0 a 14 anos) no estado do RS, conforme idade e sexo, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019. RESULTADOS: No período analisado, observou-se que as hospitalizações por asma na faixa etária pediátrica contabilizaram 52.158, representando 15,11% das internações por doenças do aparelho respiratório nessa faixa etária, no RS. Conforme a idade, há preponderância das admissões de crianças entre 1 e 4 anos com 52,78% (n=27.522), seguida pelos pacientes com idade de 5 a 9 anos com 24% (n=12.514), e na sequência os menores de 1 ano com 16,75% (n=8.739), e dos entre 10 e 14 anos com 6,48% (n=3.383) das internações no estado. Em relação ao sexo, o masculino representa 57,07% (n=29.770) das hospitalizações e o feminino 42,92% (n= 22.388). Nota-se que a asma é causa importante de internação pediátrica por doenças do aparelho respiratório. As crianças em idade pré-escolar são as mais atingidas, com maior incidência de internações no sexo masculino. CONCLUSÃO: Apesar da crescente tendência de individualização do tratamento da asma para obtenção de um adequado controle e diminuição de suas exacerbações, essa patologia ainda é uma causa significativa de hospitalizações no estado. Nesse sentido, é preciso conscientizar os pacientes sobre a necessidade de identificar e evitar os fatores desencadeantes, assim aderir adequadamente ao tratamento, visando reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida, além de diminuir os custos e a demanda da atenção terciária.