FÁRMACOS SUBSTITUTOS DA TALIDOMIDA NO TRATAMENTO DE ERITEMA NODOSO HANSÊNICO OU REAÇÃO TIPO II
Palavras-chave:
Hanseníase, Eritema nodoso hansênico, TalidomidaResumo
O eritema nodoso hansênico (ENH), ou reação tipo II, é uma síndrome inflamatória aguda no curso crônico da hanseníase. Caracteriza-se por nódulos subcutâneos eritematosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e neurite. O tratamento de escolha para a síndrome é a talidomida, que possui uma regulamentação severa para ser dispensada, pois é teratogênica e causa malformação fetal. Este trabalho objetiva revisar drogas com resultados similares à talidomida para substituí-la na terapêutica do ENH. Para isso, foi realizada revisão sistemática da literatura com coleta de dados nas bases LILACS, Medline e SciELO, sendo inclusos artigos com textos completos disponíveis em português e/ou inglês, encontrando-se 31 artigos sobre o assunto. Desses, 8 foram utilizados, pois continham todos os critérios de estudo. A patogênese do ENH tem sido sugerida como resultante do efeito de citocinas inflamatórias, sobretudo relacionada com níveis elevados de fator de necrose tumoral alfa (TNF-a). A talidomida é a droga de escolha por reduzir a produção de TNF-a através do bloqueio do RNA mensageiro que comanda a produção desta citocina, mas essa droga pode provocar neuropatia periférica e tem alta teratogenicidade nas mulheres em idade fértil e, por esse motivo, buscam-se novas alternativas para o tratamento. A poliquimioterapia da hanseníase deve ser mantida se a paciente ainda estiver no curso da doença. Além disso, as drogas utilizadas dependem das manifestações clínicas: quadros leves de ENH podem ser tratados com os anti-inflamatórios não esteroides, já nos quadros mais severos, na impossibilidade do uso da talidomida, foram encontradas drogas como os corticosteroides (prednisona), podendo estar associados com a clofazimina e, também, um esquema com a pentoxifilina (inibe TNF-a), adjacente ou não ao corticosteroide, dependendo do grau de acometimento, como descrito nos artigos revisados. A talidomida continua sendo o fármaco mais eficiente na terapêutica do ENH, mas devido aos seus efeitos adversos, foram estudados possíveis substitutos para essa droga. Alguns se mostram promissores, como a prednisona e a pentoxifilina, porém os resultados são mais tardios e carecem de comprovação científica. Dessa forma, é necessário ter cautela ao alternar o tratamento, para que não haja prejuízos na recuperação dos pacientes.
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