Perfil epidemiológico da Chikungunya no Brasil (2017-2023): explorando tendências temporais e disparidades regionais
Mots-clés :
Febre de Chikungunya, Doença Crônica, Fatores Sociodemográficos, Infecções por ArbovírusRésumé
O vírus da chikungunya é apontado como um dos arbovírus de maior interesse epidemiológico no Brasil, o qual também pode evoluir para complicações neurológicas graves, tornando-se assim, de extrema importância para a saúde pública. O objetivo principal deste estudo foi analisar o perfil epidemiológico da chikungunya no Brasil, considerando tendências temporais e disparidades regionais a partir de casos registrados no SINAN e TABNET entre 2017 e 2023. Trata-se de um estudo ecológico que utilizou dados do Ministério da Saúde e projeções populacionais do IBGE para analisar a incidência de Chikungunya e sua distribuição espacial em todas as regiões brasileiras. Os dados foram tabulados em uma planilha do Excel e, em seguida, transferidos para o software livre Joinpoint Regression Program, versão 5.1.0. Para determinar as tendências, calculou-se a variação percentual anual média no período (Average Annual Percentage Change - AAPC), com intervalo de confiança de 95% (IC95%). A partir das análises, observa-se que a região Nordeste registrou o maior número de casos, seguida pela Sudeste, enquanto a Sul apresentou menos notificações. Contudo, a Sul foi a única região com tendência de crescimento no número de casos de chikungunya durante o período sob investigação, com aumento de 84,8% (IC95%: -2,93; 46,6). O perfil prevalente incluiu sexo feminino, raça parda, faixa etária de 20 a 39 anos e ensino médio completo. Assim, ressalta-se que a identificação do padrão de comportamento da doença por região e a caracterização do perfil do indivíduo infectado são importantes para propor ações de enfrentamento e cuidado.
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