A situação conjugal de pessoas do sexo masculino influencia hábitos e comportamentos em saúde

Autores/as

  • Lucas Azevedo Meira de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Fernanda Diniz de Sá Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Adriana Gomes Magalhães Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Marcos Felipe Silva de Lima Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Anna Cecília Queiroz de Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palabras clave:

Estado civil, Comportamento alimentar, Inquéritos epidemiológicos, Comportamentos de Risco à Saúde

Resumen

Objetivou-se investigar a relação entre o estado marital de pessoas do sexo masculino e comportamentos de saúde, a partir das informações disponibilizadas na PNS 2019. Trata-se de um estudo de caráter quantitativo e recorte transversal, realizado a partir do banco de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) referente ao ano de 2019. A população do estudo foi constituída por pessoas do sexo masculino, com idade entre 18 a 59 anos, sendo analisadas informações referentes a características socioeconômicas, hábitos e comportamentos em saúde. Participaram do estudo 5033 pessoas, com média de idade de 40,9 anos (DP = 11,33). Pessoas do sexo masculino com estado marital solteiro, quando comparados aos casados, apresentaram maiores chances de consumir álcool (OR = 1,345; IC95%= 1,197 - 1,511), tabaco (OR = 3,194; IC95%= 2,635 – 3,872), e de se sentirem deprimidos (OR = 1,697; IC95%= 1,280 - 2,251) ou com dificuldades para dormir (OR = 1,282; IC95%= 1,078 - 1,526), a maior parte dos dias. Também houve mais chances de os solteiros trocarem refeições por fast food (OR = 1,805; IC95%= 1,359 - 2,396), terem um baixo consumo de feijão (OR = 1,291; IC95%= 1,137 - 1,466) e menor comportamento sedentário (OR = 0,615; IC95%= 0,547 - 0,692). Conclui-se que há fatores protetivos para ambas as situações conjugais, porém viver com cônjuge foi constatado como fator protetivo para um maior número de comportamentos relacionados a um estilo de vida saudável, para pessoas do sexo masculino.

Citas

Biroli, F. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

Bulanda, J. r.; Brown, J. s.; Yamashita, T. Marital quality, marital dissolution, and mortality risk during the later life course. Social Science & Medicine, v. 165, p. 119-127, 2016.

Bulloch, Andrew G.M. et al. The depression and marital status relationship is modified by both age and gender. Journal of affective disorders, v. 223, p. 65-68, 2017.

Canuto, R.; Fanton, M.; Lira, P. I.L C. Iniquidades sociais no consumo alimentar no Brasil: uma revisão crítica dos inquéritos nacionais. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 3193-3212, 2019.

Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021: uma análise da situação de saúde e da qualidade da informação. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.

Gomes, M. M. F. et al. Associação entre mortalidade e estado marital: uma análise para idosos residentes no Município de São Paulo, Brasil, Estudo SABE, 2000 e 2006. Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 3, 2013.

Haapala, I. et al. Age, marital status and changes in dietary habits in later life: a 21-year follow-up among Finnish women. Public Health Nutrition, v. 15, n. 7, p. 1174-1181, 2012.

IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Pesquisa nacional de saúde/2019: percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal: Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: IBGE, 2020.

Klotz-Silva, J.; Prado, S. D.; Seixas, C. M. A força do "hábito alimentar": referências conceituais para o campo da Alimentação e Nutrição. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 27, p. 1065-1085, 2017.

Lorenzetti, J. et al. Gestão em saúde no Brasil: diálogo com gestores públicos e privados. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 23, p. 417-425, 2014.

Manfredini, R. et al. Marital status, cardiovascular diseases, and cardiovascular risk factors: a review of the evidence. Journal of Women's Health, v. 26, n. 6, p. 624-632, 2017.

Mata, J.; Frank, R.; Hertwig, R. Higher body mass index, less exercise, but healthier eating in married adults: Nine representative surveys across Europe. Social Science & Medicine, v. 138, p. 119-127, 2015.

MCCABE, M. P. et al. The role of partners in shaping the body image and body change strategies of adult men——Partners and male body image. Health, v. 2, n. 09, p. 1002, 2010.

Medina, L. P. B. et al. Desigualdades sociais no perfil de consumo de alimentos da população brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 22, p. E190011.SUPL.2, 2019.

Pereira, E. F.; Teixeira, C. S.; Santos, A. Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 26, p. 241-250, 2012.

Ramezankhani, A.; Azizi, F.; Hadaegh, F. Associations of marital status with diabetes, hypertension, cardiovascular disease and all-cause mortality: a long term follow-up study. PloS One, v. 14, n. 4, p. e0215593, 2019.

Robards, J. et al. Marital status, health and mortality. Maturitas, v. 73, n. 4, p. 295-299, 2012.

Silva, R. M. A. et al. Coexistência de comportamentos de risco à saúde e o contexto familiar entre adolescentes brasileiros, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015). Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 24, p. e210023, 2021.

Sorj, B. Socialização do cuidado e desigualdades sociais. Tempo Social, v. 26, n. 1, p. 123-128, 2014.

Stringhini, S. et al. Socioeconomic status and the 25× 25 risk factors as determinants of premature mortality: a multicohort study and meta-analysis of 1· 7 million men and women. The Lancet, v. 389, n. 10075, p. 1229-1237, 2017.

World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Geneva: WHO, 2010. 58 p. Disponível em: https://www.who.int/dietphysicalactivity/publications/9789241599979/en/

Publicado

2024-01-30

Número

Sección

Artigos