Determinação social do processo saúde-doença e implicações na prática odontológica: uma apropriação necessária
Palabras clave:
Saúde coletiva, Saúde bucal, Determinantes epidemiológicosResumen
Os novos paradigmas em saúde, consubstanciados com a reforma sanitária e expressos na criação do Sistema Único de Saúde, permanecem como um campo aberto, que necessita ser mais explorado pela Odontologia. Buscou-se construir uma reflexão acerca da apropriação da abordagem da determinação social das doenças no âmbito da Odontologia, a partir de aspectos históricos, epidemiológicos e
voltados para fundamentação das práticas. Para tanto, realizou-se revisão de literatura sobre a temática, utilizado como referência bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, bem como livros que apresentassem discussão substancial sobre a temática. Apesar dos traços de desigualdade e iniquidade, que permeiam as condições de saúde bucal, evidenciados nos estudos populacionais brasileiros, a prática odontológica ainda encontra-se arraigada em paradigmas ultrapassados, que se centram em ações herdadas do modelo biomédico, as quais não comungam com o ideal de determinação social das condições de saúde. A Odontologia de mercado ainda é uma prática recorrente nos espaços públicos de saúde, trazendo como consequência uma assistência fragmentada e pouco comprometida com a integralidade dos usuários. Nesse sentido, verifica-se necessidade de maior apropriação do arcabouço teórico, conceitual e prático inaugurado pela Saúde Coletiva, como forma de transformar a Odontologia em seu processo de trabalho cotidiano, relações estabelecidas na micropolítica dos espaços de atuação e abordagens investigativas, visando dirimir as iniquidades desse campo.