Promoção da saúde e controle da hipertensão arterial em crianças e adolescentes: o que as escolas, a governança, a comunidade e o SUS precisam implementar?

Resumo

O presente estudo, de revisão narrativa da literatura, sumariza, identifica os fatores de risco e proteção, bem como discute ações que podem ser implementadas na forma de programas e políticas públicas no controle da hipertensão arterial na infância e adolescência. Foram identificados quatro grupos de fatores de risco ou proteção para a hipertensão arterial: fatores biológicos de risco (obesidade neonatal, excesso de peso, variáveis genéticas, hiperuricemia, microalbuminúria, etc.), fatores sociais de risco (baixa escolaridade, discriminação de gênero e etnia, etc.), fatores biológicos protetores (aleitamento materno exclusivo, sono de qualidade, etc.) e variáveis comportamentais de proteção (alimentação adequada, controle do estresse, redução do peso corporal, etc.). Considerando-se os fatores de proteção e de risco, são propostas ações, projetos, intervenções e políticas públicas que incorporem a alimentação adequada, a promoção de atividades físicas, o aumento do tempo e qualidade do sono, a redução do tempo de tela (redução do sedentarismo), a promoção da saúde mental de crianças e adolescentes, o ensino de culinária nas escolas para promover a alimentação saudável e a vinculação do recebimento de benefícios públicos associados a metas de cuidados com a saúde. O presente estudo propõe de forma objetiva um arcabouço que deve ser utilizado nas diferentes esferas de governo para enfrentar o problema da hipertensão arterial de modo mais precoce e eficaz, reduzindo custos hospitalares posteriores, sofrimento, morbidade e mortalidade.