FOTOEVELHECIMENTO ASSOCIADO AO USO DE TELAS COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
Palavras-chave:
fotoenvelhecimento, autocuidado, tecnologiaResumo
A pele é a barreira de proteção cuja eficácia sofre com as alterações causadas pela idade e pelo contato com fatores ambientais. Um desses fatores é a irradiação de luz visível devido ao uso de aparelhos como monitores de computador, smartphones e tablets, entre outros dispositivos, utilizados tanto como ferramenta de trabalho como para lazer. Sabe-se que essa irradiação possui um comprimento de onda capaz de alterar o funcionamento do DNA das células da pele e liberar espécies reativas de oxigênio, acelerando o processo de envelhecimento cutâneo com o uso contínuo desses equipamentos. Devido à escassez de dados mais consistentes a fim de avaliar o efeito da exposição contínua a luz visível, o objetivo deste trabalho é estabelecer uma relação entre o uso de telas e o envelhecimento cutâneo. Foi realizada uma pesquisa quantitativa em servidores públicos, durante a participação do curso de Biomedicina no programa ‘’Cuidando do Servidor’’, onde foram avaliados trinta e sete (37) pessoas, os quais passavam mais de quatro horas diárias de seu tempo de trabalho fazendo uso de algum dispositivo capaz de emitir luz visível diretamente sobre a pele. Foram avaliados também, o tipo, a hidratação, a oleosidade e a elasticidade da pele, utilizando um analisador facial ‘’Smart Analyzer’’. Nossos resultados sugerem que, em relação ao tipo de pele, 10 pessoas (27%) apresentam pele mista, oscilando entre normal e oleosa, enquanto há um equilíbrio, 24.3%, nos tipos de pele restantes, pele seca, oleosa e normal, com 09 pessoas em cada grupo. Quanto a elasticidade, 25 pessoas (67.6%), apresentaram boa elasticidade e 12 pessoas (32.4%), apresentaram elasticidade ruim. Já o nível de hidratação da pele apontou que apenas 04 pessoas (10, 8%) possuíam hidratação equilibrada e 20 (54,1%) de pessoas avaliadas possuíam pouca ou nenhuma hidratação na pele, encontrando-se um grupo de 13 pessoas (35.1%) com hidratação média na pele. Já ao avaliarmos a oleosidade da pele, 18 (48.6%) pessoas possuíam alta oleosidade, 09 pessoas (24.3%) oleosidade controlada e 10 pessoas (27%) com oleosidade controlada. Embora existam poucos dados na literatura sobre a relação do uso continuo de telas como ferramentas de trabalho e o envelhecimento cutâneo, verificamos um padrão médio nos atendimentos realizados, onde as pessoas realizam hidratação regular, com consumo de líquidos, justificando em parte a boa elasticidade, porém com alta oleosidade e com grande parte dos tipos de pele oleosa e mista, o que pode ser explicado pelo fato de que, dentre os pacientes atendidos, nem todos praticavam uma rotina de cuidados com a pele e não possuíam as devidas orientações de como proceder. Portanto, adicionalmente a nossos atendimentos com analise de pele, fizemos higienização facial com as orientações básicas sobre autocuidado diário com a pele, como o uso de filtros solares com pigmento, já que há dados comprovados de que estes combatem o fotoenvelhecimento. Também foram indicados ativos como Argireline e vitaminas C, E e A combinadas em dermocosméticos tópicos, as quais são ferramentas bastante utilizadas no combate ao envelhecimento da pele. Embora o desenvolvimento de novos ativos que filtrem a incidência de luz visível sobre a pele, a recomendação é que seja diminuído o tempo de uso dos equipamentos, sempre que possível. Assim, sugerem-se que novos estudos sejam realizados, tanto para obter resultados a longo prazo, para se conhecer melhor os danos causados pela longa exposição, como sobre novos métodos de combater o envelhecimento cutâneo relacionado ao uso de telas.
Referências
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