Agronegócio, agricultura familiar e o risco das generalizações

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Palavras-chave:

Agroindústria, Pluriatividade, Legislação, Methodi Ordinatio

Resumo

Neste artigo, o portfólio bibliográfico foi selecionado por meio do “Methodi Ordinatio”, sendo a “Scielo.org” a base de dados utilizada para seleção dos documentos. O debate a respeito das relações entre o agronegócio e a agricultura familiar, “organismos” não necessariamente excludentes, intensificou-se no Brasil a partir da década de 1990, sendo objetivo desta pesquisa compreender e contribuir para uma análise acadêmica acerca dessas relações. A análise da bibliografia demonstrou que, em alguns casos, visões ideologizadas entre a agricultura familiar e o agronegócio geraram, e ainda geram, debates acalorados, polarizados e improdutivos. As generalizações, em qualquer ramo do conhecimento, geralmente conduzem a distorções, pois o todo, na maioria das vezes, acoberta os problemas endógenos existentes em cada uma das partes, algo que pode agravar o quadro de desigualdade no campo e contribuir para a ineficiência das políticas públicas. Analisou-se também uma literatura mais atual que tem procurado desmistificar os discursos maniqueístas entre agricultura familiar e agronegócio, considerando-os como partes indissociáveis dentro de uma cadeia produtiva agroindustrial. Foi a suposta oposição entre a agricultura familiar e o agronegócio que permitiu compreender alguns dos problemas existentes na agropecuária brasileira, sendo as análises polarizadas um dos principais, pois acoberta as desigualdades endógenas presentes no agro brasileiro, beneficiando quase sempre os mesmos agricultores familiares e os mesmos não familiares.

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Publicado

2024-09-29

Como Citar

Rezende dos Santos, R., & Elenor Wander, A. (2024). Agronegócio, agricultura familiar e o risco das generalizações. Estação Científica, 18(JAN./JUN.). Recuperado de https://estacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/estacaocientifica/article/view/2918

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Estudo de revisão