Implicações das classificações patológicas na infância

Resumo

O aumento no número de diagnósticos infantis e o consequente aumento no número de prescrições de psicofármacos para esse público evidencia a necessidade de se discutir quais fatores têm contribuído com tais práticas e qual o papel do psicólogo frente a essa controvérsia. Assim, o presente estudo objetivou revisar a produção científica sobre as implicações das classificações patológicas na infância. Foi realizada uma revisão sistemática a partir do critério PRISMA em artigos no período de 2009 a 2019, abrangendo as bases de dados Medline (PUBMED), Lilacs, PEPSIC, Scielo e as línguas portuguesa, inglesa e espanhola. As informações obtidas foram analisadas com base na análise de conteúdo de Bardin. Os resultados foram organizados em três categorias principais e indicaram a relação existente entre o aumento de encaminhamentos escolares, diagnósticos e consequente medicalização. Os achados também sinalizaram que o poder do discurso médico pode estimular diretamente o aumento da medicalização infantil, atravessando assim o contexto escolar, retirando a responsabilidade do social e culpabilizando a criança e até mesmo seus familiares pelos comportamentos inadequados da mesma. Espera-se que este trabalho possa contribuir para o avanço das pesquisas sobre o tema, elucidando o entendimento sobre os diagnósticos de transtornos mentais, especificamente em crianças na fase escolar. Espera-se que este trabalho possa contribuir para o avanço das pesquisas sobre o tema, elucidando o entendimento sobre os diagnósticos de transtornos mentais, especificamente em crianças na fase escolar.