ENSAIOS SOBRE A LOUCURA: UMA ANÁLISE COM ALUNOS DE PSICOLOGIA
Abstract
Por toda a história humana a loucura tem estado presente nas artes, na literatura, no senso comum e no discurso coloquial de todas as classes socioeconômicas. Sua essência é, entretanto, largamente desconhecida e sua compreensão varia de cultura para cultura. No mundo ocidental ela já teve diversas formas, concepções políticas, religiosas, doutrinárias e ideológicas. No Brasil somente com a Reforma Psiquiátrica, a partir dos anos 1990, entram em cena as equipes multiprofissionais (psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros etc), que vão oferecer um olhar diferenciado para o sofrimento psíquico e a loucura, buscando uma atuação psicossocial. Mas até hoje a discussão sobre a importância relativa de fatores sociais, psicológicos e biológicos persiste e verifica-se a necessidade de formação de profissionais capazes de trabalhar com as pessoas que apresentam algum transtorno mental. A pesquisa “A loucura na formação do psicólogo” teve início em julho/17 dentro do Programa de Iniciação Científica da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e se propôs a analisar a percepção dos alunos da graduação em psicologia (Universidade Estácio de Sá, campus Nova Iguaçu) sobre a loucura e as pessoas acometidas de transtorno mental e verificar se sua formação tem alguma influência nesta percepção. Foram aplicados 329 questionários aos alunos de primeiro e segundo; nono e décimo períodos. Os dados indicam grande desconhecimento técnico dos alunos sobre loucura, transtornos mentais e seus possíveis tratamentos, assim como preconceito dos alunos para com a loucura e as pessoas acometidas de transtorno mental. Acredita-se que o conhecimento construído com a pesquisa poderá contribuir para a mudança ou inclusão do tema nos cursos de psicologia e consequentemente para formação de profissionais mais qualificados e políticas públicas mais adequadas. Os dados foram apresentados aos alunos do campus e encaminhados à gestão do curso de Psicologia.