PLANTAS MEDICINAIS E UM EMPASSE ENTRE: A UTILIZAÇÃO EM PROL DA SAÚDE x SEUS MALEFICIOS
Resumo
O uso de plantas medicinais com base em tradições familiares é comum devido à facilidade de acesso e baixo custo. Todavia, podem causar prejuízos à saúde humana, pois a falta de informações sobre dosagem e efeitos colaterais pode levar à intoxicação, especialmente em comunidades vulneráveis. A confusão sobre os tipos de plantas e variações linguística locais
também podem levar ao consumo equivocado de princípios ativos tóxicos. É necessário fornecer informações precisas para incentivar o consumo correto de plantas medicinais. O propósito deste estudo é informar sobre o uso das plantas medicinais como opção terapêutica e conscientizar sobre os riscos do uso inadequado dessas plantas e suas possíveis consequências. A pesquisa teve como objetivo analisar os prós e contras dos remédios naturais que são comumente usados na área de Rolim de Moura e na região da zona da mata, localizadas no estado de Rondônia. A pesquisa foi embasada em teorias e fundamentos, utilizando
investigações em documentos bibliográficos, livros e artigos científicos tanto em formato físico quanto disponíveis online em várias bases de dados, como Repositórios Institucionais,
Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações, Scielo, Periódicos Capes e Biblioteca Virtual em Saúde. Foram analisados artigos e documentos oficiais relacionados aos temas "Plantas medicinais" e "Preferência pelos remédios naturais, seus malefícios e sua cultura em prol da saúde", publicados no período de 2013 a 2023. Os resultados encontrados através da literatura evidenciam que as plantas medicinais são muito utilizadas pelos moradores da região da Zona da Mata, destacam-se o boldo (Plectranthus barbatus), hortelã (Mentha spicata), ervacidreira (Melissa officinalis), camomila (Metricaria chamomilla) e a babosa (Aloe vera). Compreendese que os consumidores ativos de fitoterápicos adquiriram o hábito de consumi-los por meio da hereditariedade, principalmente transmitido pelas mulheres da família. Seu conhecimento limitado sobre o consumo dessas plantas é baseado principalmente no uso de chás e infusões das folhas e dos caules das plantas, visando extrair o máximo dos princípios ativos. O fácil
acesso e o baixo custo são os principais fatores que contribuem para o consumo, juntamente com a crença de que "se é natural, não faz mal". Quanto a extração, preparação e consumo, se feitos de forma correta, os fitoterápicos se complementam muito bem aos medicamentos farmacêuticos, como método alternativo de tratamento das enfermidades e na busca pelo alívio dos sintomas. Constata-se que a tradição e a hereditariedade exercem influência direta no consumo e no modo de preparo das plantas medicinais. Os consumidores acreditam que, por serem naturais, não causam danos à saúde, o que é uma suposição comum presente no discurso e no cotidiano dos moradores dessa região que utilizam essas plantas. Contudo, para garantir um consumo seguro, é necessário entender a importância da convergência entre ciência e saberes populares. A ciência exerce um papel fundamental na educação em saúde, ao fornecer informações sobre a coleta adequada, o preparo correto e a dosagem que não ofereça riscos ao consumidor. Além disso, ela ajuda a esclarecer se o tipo de planta utilizado é realmente o esperado, evitando confusões que podem resultar em consequências indesejadas. Dessa forma, a ciência promove uma utilização mais segura dos fitoterápicos, oferecendo respostas para os principais questionamentos relacionados a esses remédios naturais.