Aspectos epidemiológicos da sífilis congênita na cidade de São Luís – Maranhão

Resumo

A Sífilis congênita (SC) resulta da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante infectada para o seu concepto, por via transplacentária. Objetivo: analisar os aspectos epidemiológicos da SC na cidade de São Luís - MA entre 2009 e 2019. Material e Métodos: trata-se de um estudo epidemiológico de abordagem descritiva, retrospectiva e quantitativa, com dados coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Resultados: foram registrados 1162 casos de SC em menores de um ano de idade, com destaque ao ano de 2018 que apresentou 224 casos notificados com taxa de incidência de 9,3/1000 habitantes. A faixa etária predominante foi de 0 a 7 dias com média de 100 casos/ano percentual. Em mais da metade do período analisado (2009-2015) o diagnóstico materno foi realizado durante parto/curetagem (26%) e 89% dos diagnósticos foram feitos recentemente com evolução favorável (91%/vivos). Embora, seja uma doença de fácil prevenção, com tratamento disponibilizado pelo SUS e medicamento de baixo custo, ainda é considerado um problema de saúde pública. Conclusão: Os dados epidemiológicos estão bem acima do que aqueles preconizados pela OMS e os maiores casos de sífilis congênita foram diagnosticados em crianças de 0 a 7 dias de vida, em mães que em mais da metade do período estudado só foram diagnosticadas na hora do parto/curetagem, mas, com a maioria das crianças sendo diagnosticadas na fase recente e evoluindo positivamente. A demanda de muitas notificações por ano, porém, destaca-se ainda a baixa adesão ao tratamento adequado.