A EPISTEMOLOGIA NA SARJETA

Abstract

Este artigo visa aproximar a obra-prima de Scott McCloud (1995) ao estudo do gênero ensaístico, "forma" (ADORNO, 1986) peculiar de busca do conhecimento, notadamente ausente do circuito metodológico legitimado pela Academia, embora estabelecido, de pleno direito, num "domínio positivo do saber" (FOUCAULT, 1981), cujos aspectos específicos devem ser analisados à luz de uma reavaliação do que se sedimentou enquanto "método" exclusivo de investigação e pesquisa reconhecidos social e institucionalmente (FEYERABEND, 2011). A reivindicação por um McCloud ensaísta perpassa, inevitavelmente, pela crítica ao atual cenário de HQs, ficcionais ou não, instrumentalizadas em prol de objetivos didáticos ou de divulgação científica. Afim de definir como a mecânica dos quadrinhos se comporta frente a dinâmica do ensaio alguns recursos discursivos são evidenciados e, graças a uma análise que coteja as similaridades entre Eisner (2005) e McCloud (1995), o ensaísmo deste transparece em todas suas particularidades, cujas implicações destoam consideravelmente daquilo convencionalmente esperado de uma HQ educativa.

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