O DIA NO SEQUESTRO ENTRE RIO E NITERÓI

UMA PONTE PARA O ESTUDO DAS CONSTRUÇÕES NARRATIVAS NO WEBJORNALISMO POPULAR

Resumo

O presente artigo registra os primeiros passos de uma pesquisa que aponta para um empreendimento maior, a saber, uma reflexão sobre o jornalismo popular na contemporaneidade. Considerando a web um locus central para nossa abordagem, tomamos como objeto o site do jornal O Dia, produto digital do periódico carioca que, desde a fundação, autointitula-se “popular”, pois se dirige às chamadas classes C e D, caracterizadas por um menor poder aquisitivo se comparadas ao público dos jornais de grande circulação. Nosso intuito é entender como O Dia utiliza os recursos da web na operacionalização de estratégias narrativas convencionais do jornalismo popular, especialmente quanto a uma temática privilegiada por este segmento, que é o noticiário policial. Por isso, escolhemos as cinco primeiras publicações sobre o sequestro do ônibus 2520, ocorrido em 2019, na Ponte Rio-Niterói, e que teve como desfecho a atuação de atiradores de elite na morte do sequestrador, comemorada pelo governador Wilson Witzel, ao aterrissar de helicóptero no local. Nesse cenário, privilegiamos a lógica a partir da qual as ações das personagens são encadeadas na narrativa. Portanto, nos valemos de alguns princípios propostos por Luiz Gonzaga Motta (2013), em sua obra Análise Crítica da Narrativa. Marcada pelo uso intenso da hipertextualidade e da multimidialidade, a cobertura aponta para: a persistência de um antigo objetivo, que é o de se fazer próximo ao mundo do leitor; e a intenção de viabilizar ao leitor uma experiência sensível, quando em contato com relatos dramáticos e personalizados.

Palavras-chave: Construção Narrativa. Jornalismo popular. Webjornalismo. Jornal O Dia. Sequestro na Ponte Rio-Niterói.