A SUB-REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NA POLÍTICA

Resumo

A sub-representação das mulheres na política brasileira é um fenômeno persistente, refletindo desigualdades de gênero estruturais, culturais e institucionais que limitam o acesso feminino a cargos de liderança. Este estudo analisa a participação das mulheres nos processos eleitorais, com base em dados nacionais e do estado de Mato Grosso do Sul, integrando uma abordagem quantitativa com análise teórica fundamentada na Teoria da Representação Social e em estudos de gênero. Os dados indicam que, em âmbito nacional, as mulheres representaram aproximadamente 36,2% das candidaturas para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, concentrando-se majoritariamente em cargos legislativos, enquanto a participação em cargos executivos permaneceu significativamente baixa. No estado de Mato Grosso do Sul, das 79 prefeituras, apenas 12 foram eleitas por mulheres, correspondendo a 15,2% do total, o que evidencia a persistente concentração masculina nos espaços de decisão. As barreiras culturais, estereótipos de gênero e desvalorização do trabalho político feminino contribuem para a sub-representação, mesmo quando as mulheres ocupam cargos de liderança. O estudo demonstra que a presença física de mulheres nos órgãos políticos é essencial para a construção de uma democracia mais inclusiva, capaz de refletir a diversidade da sociedade e ampliar a pluralidade de perspectivas na formulação de políticas públicas. Estratégias como cotas de gênero, capacitação política e campanhas de conscientização são apontadas como instrumentos necessários para reduzir desigualdades e ampliar a participação feminina. Os resultados indicam que promover a representatividade das mulheres é fundamental não apenas para a justiça social, mas também para o fortalecimento de instituições democráticas mais equitativas e efetivas.

Palavras-chave: Sub-representação feminina; Mulheres na política; Representação social; Gênero e poder; Democracia inclusiva.